1 Ó Deus, não estejas em silêncio; não te cales, nem te aquietes, ó Deus,
2 Porque eis que teus inimigos fazem tumulto, e os que te odeiam levantaram a cabeça.
3 Tomaram astuto conselho contra o teu povo, e consultaram contra os teus escondidos.
4 Disseram: Vinde, e desarraiguemo-los para que não sejam nação, nem haja mais memória do nome de Israel.
5 Porque consultaram juntos e unânimes; eles se unem contra ti:
6 As tendas de Edom, e dos ismaelitas, de Moabe, e dos agarenos,
7 De Gebal, e de Amom, e de Amaleque, a Filístia, com os moradores de Tiro;
8 Também a Assíria se ajuntou com eles; foram ajudar aos filhos de Ló. (Selá.)
9 Faze-lhes como aos midianitas; como a Sísera, como a Jabim na ribeira de Quisom;
10 Os quais pereceram em Endor; tornaram-se como estrume para a terra.
11 Faze aos seus nobres como a Orebe, e como a Zeebe; e a todos os seus príncipes, como a Zebá e como a Zalmuna,
12 Que disseram: Tomemos para nós as casas de Deus em possessão.
13 Deus meu, faze-os como um tufão, como a aresta diante do vento.
14 Como o fogo que queima um bosque, e como a chama que incendeia as brenhas,
15 Assim os persegue com a tua tempestade, e os assombra com o teu torvelinho.
16 Encham-se de vergonha as suas faces, para que busquem o teu nome, Senhor.
17 Confundam-se e assombrem-se perpetuamente; envergonhem-se, e pereçam,
18 Para que saibam que tu, a quem só pertence o nome de Senhor, és o Altíssimo sobre toda a terra.
Estudo sobre o Salmo 83, todos os versículos explicados detalhadamente, leia atentamente para entender a origem e o que significam os trechos e frases.
Salmo 83:1-18
O Salmo 83 é uma oração intensa e urgente que clama a Deus por ajuda contra os inimigos de Israel. É um apelo a Deus para que não permaneça em silêncio diante das conspirações e planos malévolos das nações vizinhas. Este salmo reflete uma profunda preocupação com a segurança do povo de Deus e um desejo fervoroso de que Deus intervenha para proteger Sua herança. Abaixo está uma análise detalhada de cada versículo:
Versículo 1
"Ó Deus, não estejas em silêncio; não te cales, nem te aquietes, ó Deus."
- Significado: O salmista implora para que Deus não permaneça em silêncio diante da crise iminente. Ele deseja uma intervenção ativa e vocal de Deus, indicando a urgência da situação. O silêncio de Deus é visto como uma ausência de ajuda ou proteção, algo que o salmista não pode suportar frente ao perigo que se aproxima.
Versículo 2
"Porque eis que teus inimigos fazem tumulto, e os que te odeiam levantaram a cabeça."
- Significado: Os inimigos de Deus estão causando agitação e desordem, indicando que estão prontos para atacar. “Levantaram a cabeça” sugere que eles se tornaram audaciosos e desafiadores, sentindo-se fortalecidos em seu ódio contra Deus e Seu povo.
Versículo 3
"Tomaram astuto conselho contra o teu povo, e consultaram contra os teus escondidos."
- Significado: Os inimigos estão tramando secretamente contra o povo de Deus, aqueles que são considerados Seus “escondidos” ou protegidos. O uso de “astuto conselho” implica que seus planos são engenhosos e maliciosos, visando prejudicar Israel de forma dissimulada.
Versículo 4
"Disseram: Vinde, e desarraiguemo-los para que não sejam nação, nem haja mais memória do nome de Israel."
- Significado: Os inimigos planejam aniquilar completamente Israel, não apenas derrotá-los militarmente, mas eliminar sua existência como nação. A intenção é destruir não apenas fisicamente, mas também culturalmente, apagando toda a memória de Israel.
Versículo 5
"Porque consultaram juntos e unânimes; eles se unem contra ti:"
- Significado: Este versículo enfatiza a unidade e o consenso dos inimigos de Israel em seu ódio contra Deus e Seu povo. A aliança contra Israel é forte e coesa, sugerindo que a ameaça é grave e organizada.
Versículo 6
"As tendas de Edom, e dos ismaelitas, de Moabe, e dos agarenos,"
- Significado: Aqui começa uma lista das nações inimigas que se aliaram contra Israel. Edom, Ismaelitas, Moabe, e Agarenos são todos vizinhos históricos de Israel, conhecidos por suas hostilidades. Eles representam inimigos tradicionais de Israel ao longo de sua história.
Versículo 7
"De Gebal, e de Amom, e de Amaleque, a Filístia, com os moradores de Tiro;"
- Significado: A lista continua, incluindo Gebal (um território fenício), Amom (nação vizinha a leste do Jordão), Amaleque (inimigos antigos e persistentes de Israel), Filístia (inimigos ao sudoeste), e Tiro (cidade-estado fenícia). Isso sublinha o caráter multinacional da coalizão inimiga.
Versículo 8
"Também a Assíria se ajuntou com eles; foram ajudar aos filhos de Ló. (Selá.)"
- Significado: A inclusão da Assíria, uma potência regional significativa, indica a seriedade da ameaça. “Filhos de Ló” refere-se a Moabe e Amom, descendentes de Ló, sugerindo uma aliança familiar ou histórica. O termo “Selá” indica uma pausa reflexiva, convidando à meditação sobre a gravidade da situação.
Versículo 9
"Faze-lhes como aos midianitas; como a Sísera, como a Jabim na ribeira de Quisom;"
- Significado: O salmista pede a Deus para agir contra os inimigos de Israel da mesma forma que Ele agiu contra os midianitas e os líderes cananeus Sísera e Jabim. Essas referências são a vitórias decisivas e milagrosas de Deus na história de Israel, lembrando os leitores do poder divino.
Versículo 10
"Os quais pereceram em Endor; tornaram-se como estrume para a terra."
- Significado: Sísera e Jabim pereceram em Endor, local de uma batalha onde foram completamente derrotados. Ser “como estrume para a terra” é uma expressão que significa total humilhação e destruição, um fim indigno e sem dignidade.
Versículo 11
"Faze aos seus nobres como a Orebe, e como a Zeebe; e a todos os seus príncipes, como a Zebá e como a Zalmuna,"
- Significado: Orebe e Zeebe, Zebá e Zalmuna foram líderes midianitas derrotados por Gideão. A invocação desses nomes sugere um desejo de que Deus trate os atuais inimigos de Israel com a mesma severidade, eliminando seus líderes.
Versículo 12
"Que disseram: Tomemos para nós as casas de Deus em possessão."
- Significado: Os inimigos têm a audácia de querer tomar para si o território sagrado de Israel, o que inclui as "casas de Deus" ou os lugares dedicados à adoração de Deus. Isso reflete um desafio direto à soberania de Deus e ao Seu povo.
Versículo 13
"Deus meu, faze-os como um tufão, como a aresta diante do vento."
- Significado: O salmista pede que Deus trate os inimigos como um “tufão” — uma força de destruição repentina e poderosa. A “aresta diante do vento” refere-se a palha leve, facilmente levada e dispersa, simbolizando a fragilidade dos inimigos diante do poder de Deus.
Versículo 14
"Como o fogo que queima um bosque, e como a chama que incendeia as brenhas,"
- Significado: Imagens de fogo devastador são usadas para descrever o desejo do salmista de que os inimigos sejam consumidos rapidamente e completamente, assim como o fogo consome um bosque ou vegetação rasteira.
Versículo 15
"Assim os persegue com a tua tempestade, e os assombra com o teu torvelinho."
- Significado: O salmista clama por uma perseguição implacável de Deus, usando imagens de tempestades e redemoinhos para transmitir a ideia de caos, terror e destruição contra os inimigos.
Versículo 16
"Encham-se de vergonha as suas faces, para que busquem o teu nome, Senhor."
- Significado: Aqui, o objetivo final do julgamento não é apenas a destruição, mas também a redenção. O salmista deseja que a vergonha leve os inimigos a reconhecerem a soberania de Deus e a buscar Seu nome.
Versículo 17
"Confundam-se e assombrem-se perpetuamente; envergonhem-se, e pereçam,"
- Significado: O salmista ora para que os inimigos experimentem confusão e assombro contínuos, levando-os à vergonha e, finalmente, à destruição. Isso reforça o desejo de um julgamento divino definitivo.
Versículo 18
"Para que saibam que tu, a quem só pertence o nome de Senhor, és o Altíssimo sobre toda a terra."
- Significado: O propósito final do clamor do salmista é a glorificação de Deus. Ele deseja que todos reconheçam que somente Deus é o Senhor, o Altíssimo, governando sobre toda a terra. A vitória de Deus sobre os inimigos seria um testemunho de Sua supremacia e poder absoluto.
Resumo e Contexto
O Salmo 83 reflete uma situação de crise nacional em Israel, onde as nações vizinhas se uniram para destruir o povo de Deus. O salmista clama a Deus para que não permaneça em silêncio, mas intervenha de forma decisiva e poderosa, como fez em batalhas passadas. A oração vai além de um simples pedido de proteção; ela busca a total humilhação dos inimigos, não apenas para garantir a sobrevivência de Israel, mas para que o nome de Deus seja conhecido e temido por toda a terra. Este salmo é um lembrete do papel de Deus como defensor de Seu povo e da certeza de que Ele é o Altíssimo, soberano sobre todas as nações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário